segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sobre o fim

     Para me lembrar de você, não preciso de muita coisa. Basta eu dar play naquela música para que, inconsciente e subjetivamente, todas as lembranças mostrem a cara. Nem sempre são lembranças boas, admito, mas o conjunto delas é suficiente para estancar o sofrimento.
     Engraçado pensar que quando tudo começou não era nada sério. Eu fui  me deixando levar pela despretensão, sem nem ao menos pensar no fim que a nossa "história" poderia ter.
     A música continua tocando... Aquela música que me fez chorar como uma criança ao perceber que não, eu não te encontraria ali no meio da multidão. Nem ali, nem em lugar nenhum. Cada nota do piano parecia caçoar de mim, dos meus sentimentos tão frágeis quanto as lágrimas que eu tentei esconder com os óculos de sol.
     Você ainda pensa em mim quando alguma música começa a tocar? Você ainda pensa em mim? O que nos uniu foi a minha ilusão, mas quando isso aconteceu já era tarde demais... Você já não era mais parte do todo; se é que ele um dia existiu.
     Agora eu fico aqui, escutando a música repetidamente na esperança de que os acordes me tirem dos devaneios e me tragam de volta para a vida real. E esperando, acima de tudo, compreender um fato elementar: a gente é feito pra acabar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário