A Culpa é das Estrelas é um romance de John Green que narra a história de dois jovens com câncer. Hazel Grace tem câncer nos pulmões e Augustus Waters tem osteossarcoma, um tipo de câncer nos ossos. Eles se conhecem em um grupo de apoio da Igreja e juntos partilham um romance digno de um filme hollywoodiano.
A
narrativa presente no livro, na perspectiva da garota, flui de maneira fácil e
despretensiosa, prendendo o leitor com pitadas de humor negro e trechos
inteligentes. Os personagens são divertidos e as situações vividas por eles são
das mais diversas, tendo sempre a doença como plano de fundo.
Entretanto,
o clichê presente no par antitético formado entre doença e amor parece forçar a
barra em alguns momentos do livro: o autor deixa bem claro, através da
narrativa da garota, que ambos estão conscientes da morte e ao mesmo tempo se
amam incondicionalmente, o que pode soar um pouco exagerado ao se considerar
suas idades (16 e 17 anos). Além disso, há certos momentos em que a
protagonista parece não ter emoções que seriam de se esperar que naturalmente
surgissem, o que pode incomodar um pouco o leitor mais sentimental.
Apesar
de conter uma mensagem bastante interessante sobre a tragédia da vida e do
amor, a obra parece pré-programada para aflorar emoções de pré-adolescentes
bobinhas. Durante todo o enredo, o livro segue à risca a receita para uma
história de drama romântico de sucesso, abusando de frases prontas que já
provaram sua força no mundo literário juvenil. Na medida em que são percebidas,
essas características fazem com que o “drama” perca sua beleza, se tornando
deveras artificial e superestimado.
Julgamentos
à parte, A Culpa é das Estrelas é um
livro de leitura fácil e relaxante, recomendável para ser lido sem grandes
expectativas. Ele acaba convencendo na concepção de drama água-com-açúcar em
que provavelmente foi escrito. O que atrapalhou a obra foi sua superestimação
por parte do público-alvo leitor.
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