quinta-feira, 27 de março de 2014

Resenha – O Bebê de Rosemary

      “O Bebê de Rosemary” é um livro escrito por Ira Levin em 1967, que um ano mais tarde foi adaptado para o cinema sob a direção de Roman Polanski. O livro conta a história de Rosemary Woodhouse, que se muda para o edifício Bramford com seu marido Guy. Ela engravida pouco tempo depois de se mudar pra o antigo e sombrio edifício e, no decorrer da história, descobre que seus amáveis e prestativos vizinhos na verdade fazem parte de uma seita ocultista. O objetivo do casal Castevet, que demonstra todo o tipo de preocupação com a gravidez de Rosemary, é raptar o bebê para que ele seja criado como o filho do demônio.
     A história, que é narrada em terceira pessoa, se desenvolve com uma dose certa de mistério. Rosemary passa grande parte da trama sem desconfiar de nada. Quando ela percebe que está sendo manipulada por aqueles que ela pensou poder confiar, sentimos seu desespero ao descobrir gradativamente que todas as pessoas próximas a ela estão envolvidas no terrível pacto, ao mesmo tempo em que tenta se livrar do terrível futuro que espera por ela e o bebê.
     É interessante notar os diversos paradigmas usados por Ira. O casal de velhinhos, que teoricamente não seriam capazes de machucar ninguém, se transformam em poderosos bruxos com intenções satânicas. O marido de Rosemary, que aparentava ser tão amável para com a esposa, acaba fazendo parte da seita. A personagem principal, anteriormente católica fervorosa, se vê vítima de um dos planos mais satânicos da história.
     A principal “brincadeira” feita pelo autor tem relação com Rose e a religião: assim como Maria, ela foi escolhida dentre várias mulheres para abrigar o fruto do que seria um divisor de águas para a humanidade. Tomando a história por esse lado religioso, fica bem clara a dualidade bem/mal embutida no enredo.
     O autor consegue prender a atenção do leitor com um suspense constante e bem manipulado, fazendo com que sintamos na pele o desespero da mulher, que luta pela segurança do bebê. O livro é curto e direto e o desenrolar dos fatos acontece de forma coesa e ininterrupta, quase como um soco na barriga a cada página.
     A linguagem é simples e os diálogos são diretos; há pouco rebuscamento, o que provoca uma imersão na realidade da vida do casal, que várias vezes conversa sobre assuntos cotidianos como a mobília do apartamento novo.

     “O Bebê de Rosmeary” é um ótimo livro para os amantes do suspense, que conduz o leitor para um final inequívoco e ainda assim surpreendente.

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