“O
Bebê de Rosemary” é um livro escrito por Ira Levin em
1967, que um ano mais tarde foi adaptado para o cinema sob a direção
de Roman Polanski. O livro conta a história de Rosemary Woodhouse,
que se muda para o edifício Bramford com seu marido Guy. Ela
engravida pouco tempo depois de se mudar pra o antigo e sombrio
edifício e, no decorrer da história, descobre que seus amáveis e
prestativos vizinhos na verdade fazem parte de uma seita ocultista. O
objetivo do casal Castevet, que demonstra todo o tipo de preocupação
com a gravidez de Rosemary, é raptar o bebê para que ele seja
criado como o filho do demônio.
A
história, que é narrada em terceira pessoa, se desenvolve com uma
dose certa de mistério. Rosemary passa grande parte da trama sem
desconfiar de nada. Quando ela percebe que está sendo manipulada por
aqueles que ela pensou poder confiar, sentimos seu desespero ao
descobrir gradativamente que todas as pessoas próximas a ela estão
envolvidas no terrível pacto, ao mesmo tempo em que tenta se livrar
do terrível futuro que espera por ela e o bebê.
É
interessante notar os diversos paradigmas usados por Ira. O casal de
velhinhos, que teoricamente não seriam capazes de machucar ninguém,
se transformam em poderosos bruxos com intenções satânicas. O
marido de Rosemary, que aparentava ser tão amável para com a
esposa, acaba fazendo parte da seita. A personagem principal,
anteriormente católica fervorosa, se vê vítima de um dos planos
mais satânicos da história.
A
principal “brincadeira” feita pelo autor tem relação com Rose e
a religião: assim como Maria, ela foi escolhida dentre várias
mulheres para abrigar o fruto do que seria um divisor de águas para
a humanidade. Tomando a história por esse lado religioso, fica bem
clara a dualidade bem/mal embutida no enredo.
O
autor consegue prender a atenção do leitor com um suspense
constante e bem manipulado, fazendo com que sintamos na pele o
desespero da mulher, que luta pela segurança do bebê. O livro é
curto e direto e o desenrolar dos fatos acontece de forma coesa e
ininterrupta, quase como um soco na barriga a cada página.
A
linguagem é simples e os diálogos são diretos; há pouco
rebuscamento, o que provoca uma imersão na realidade da vida do
casal, que várias vezes conversa sobre assuntos cotidianos como a
mobília do apartamento novo.
“O
Bebê de Rosmeary” é um ótimo livro para os amantes do suspense,
que conduz o leitor para um final inequívoco e ainda assim
surpreendente.
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