Você nunca esteve lá quando eu precisei
Por mais que eu procurasse, eu nunca te encontrei
Você nunca fez parte do que eu chamo de família
talvez por causa da sua obsessão doentia
Você não me conhece, nem nunca conheceu
E eu ainda pergunto o que foi que aconteceu
Sempre substituiu sua presença por dinheiro
Mas e se eu precisasse de carinho primeiro?
Você vive prometendo que vai mudar
Pena que nisso eu não consigo acreditar
Pense em mim quando olhar para trás
Não dá tempo de consertar seus erros
Não dá tempo de voltar atrás
Até quando vamos continuar vivendo como estranhos?
(01/02/2011)
quinta-feira, 26 de junho de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
Resenha – O Bebê de Rosemary
“O
Bebê de Rosemary” é um livro escrito por Ira Levin em
1967, que um ano mais tarde foi adaptado para o cinema sob a direção
de Roman Polanski. O livro conta a história de Rosemary Woodhouse,
que se muda para o edifício Bramford com seu marido Guy. Ela
engravida pouco tempo depois de se mudar pra o antigo e sombrio
edifício e, no decorrer da história, descobre que seus amáveis e
prestativos vizinhos na verdade fazem parte de uma seita ocultista. O
objetivo do casal Castevet, que demonstra todo o tipo de preocupação
com a gravidez de Rosemary, é raptar o bebê para que ele seja
criado como o filho do demônio.
A
história, que é narrada em terceira pessoa, se desenvolve com uma
dose certa de mistério. Rosemary passa grande parte da trama sem
desconfiar de nada. Quando ela percebe que está sendo manipulada por
aqueles que ela pensou poder confiar, sentimos seu desespero ao
descobrir gradativamente que todas as pessoas próximas a ela estão
envolvidas no terrível pacto, ao mesmo tempo em que tenta se livrar
do terrível futuro que espera por ela e o bebê.
É
interessante notar os diversos paradigmas usados por Ira. O casal de
velhinhos, que teoricamente não seriam capazes de machucar ninguém,
se transformam em poderosos bruxos com intenções satânicas. O
marido de Rosemary, que aparentava ser tão amável para com a
esposa, acaba fazendo parte da seita. A personagem principal,
anteriormente católica fervorosa, se vê vítima de um dos planos
mais satânicos da história.
A
principal “brincadeira” feita pelo autor tem relação com Rose e
a religião: assim como Maria, ela foi escolhida dentre várias
mulheres para abrigar o fruto do que seria um divisor de águas para
a humanidade. Tomando a história por esse lado religioso, fica bem
clara a dualidade bem/mal embutida no enredo.
O
autor consegue prender a atenção do leitor com um suspense
constante e bem manipulado, fazendo com que sintamos na pele o
desespero da mulher, que luta pela segurança do bebê. O livro é
curto e direto e o desenrolar dos fatos acontece de forma coesa e
ininterrupta, quase como um soco na barriga a cada página.
A
linguagem é simples e os diálogos são diretos; há pouco
rebuscamento, o que provoca uma imersão na realidade da vida do
casal, que várias vezes conversa sobre assuntos cotidianos como a
mobília do apartamento novo.
“O
Bebê de Rosmeary” é um ótimo livro para os amantes do suspense,
que conduz o leitor para um final inequívoco e ainda assim
surpreendente.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Platônico
Na inércia de tudo
sua imagem permaneceu
O reflexo era puro
distante do que já morreu
Tentei te refazer
na minha mente e no papel
e a cada amanhecer
a vontade era mais cruel
Mas do que adianta
procurar e não receber?
Se por onde você anda
meus pés nunca vão correr
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Resenha - Persépolis
O filme se inicia mostrando
a infância de Marjane, junto de seus parentes adeptos de filosofias ocidentais.
A menina, que é educada de modo a perceber várias falhas no sistema e na
sociedade em que vive, é mandada à Áustria para estudar. Lá, ela desenvolve sua
personalidade e descobre um modo de vida completamente diferente do que estava
acostumada em Teerã, a cidade onde cresceu.
Através de uma
narrativa bem-humorada que mescla a história de um país com acontecimentos
pessoais vividos pela autora e personagem principal, Persépolis consegue prender o espectador ao mesmo tempo em que
relata as dificuldades existenciais de Marjane. Ela, que se sentia incomodada
com as imposições de seu país, também experimenta uma espécie de deslocamento
na Áustria, sentindo-se insegura por ser do Irã.
À medida que a trama
vai se desenvolvendo, o espectador acompanha capítulos da vida de Marjane, que
são apresentados em preto e branco e com um traçado simples, que não se
preocupa em ser realista.
Não é necessário um
conhecimento prévio muito profundo acerca do Oriente Médio para simpatizarmos
com Persépolis; o filme explica de
forma leve e coesa a realidade daquela região, podendo ser classificada como
uma animação voltada principalmente para o público adulto, mas que entretém a
toda a família.
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